[PT]

Partindo de uma leitura atenta do livro Aspiro ao Grande Labirinto, de Hélio Oiticica, a obra Metabólide — disposta na Exposição Transfronteiras Contemporâneas — apropria-se do termo Bólide e procede sobre ele tal qual os de Oiticica. Enquanto aqueles poderiam incluir, por exemplo, uma cuba de vidro comprada pronta, aqui o “pré-moldado” é a palavra. Em sintonia de abordagem, suas características são incorporadas de maneira constitutiva à obra, não como anexação a posteriori.

A operação linguística ganha corpo em uma instalação-objeto: tijolos maciços de barro pré-moldados, empilhados no espelho d’água da galeria Marta Traba, dão forma ao termo. Dentro da exposição, figuram desenhos e textos em giz numa parede de quadro negro, bem como duas traduções do texto “Bólides”: em inglês, por Gavin Adams, e espanhol, por Julia Ayerbe.

Essa obra é tema de um dos capítulos de minha tese de doutorado:

Tradução digestiva: Hélio Oiticica (PT)

 

[EN]

Starting from a careful reading of the book Aspiro ao Grande Labyrinto [I aspire to the great labyrinth], by Hélio Oiticica, the work Metabólide — displayed in the Contemporary Transfrontiers Exhibition — appropriates the term Bólide and proceeds on it in the same way as those by Oiticica. While those could include, for example, a ready-made glass tub, here “precast” is the word. In line with the approach, its characteristics are incorporated in a constitutive way into the work, not as a posteriori annexation.

The linguistic operation takes shape in an installation-object: massive pre-molded clay bricks, stacked in the water mirror of the Marta Traba gallery, give shape to the term. Inside the exhibition, there are drawings and texts in chalk on a blackboard wall, as well as two translations of the text “Bólides”: in English, by Gavin Adams, and in Spanish, by Julia Ayerbe.