Café Educativo: Paladar Cego
São Paulo, Brasil
2014
Versão da obra Café Educativo desenhada em resposta ao convite dos artistas Bik Van der Pol para integrar o projeto Turning a Blind Eye/Olhar para não ver na 31ª Bienal de São Paulo.
E se imaginássemos nosso sistema digestivo expandindo seu desenho para não apenas incluir o trato digestivo, mas também o impacto de nossa alimentação no meio ambiente e em cada célula dos nossos corpos? Café Educativo: Paladar Cego propôs uma oficina sobre ativismo alimentar e a produção de sucos específicos para serem vendidos no restaurante da Bienal. O workshop girou em torno da ideia de que nossos hábitos alimentares definem nossas paisagens interna e externa, impulsionando uma discussão sobre agroecologia, locavorismo, veganismo e site-specific. Os sucos verdes foram produzidos com frutas e folhas locais, elencados a partir dos matinhos comestíveis que crescem espontaneamente no parque Ibirapuera. Proposta de Jorge Menna Bareto com a participação de Jefferson Mota, Leandro Lopes, Fernando Ataliba, Elaine Azevedo, Neka Menna Barreto e Adilson Gonçalves.
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Programação:
Quinta-feira, 30 de outubro
09h às 12h: Jorge Menna Barreto. Introdução sobre os conceitos que levaram à proposição do workshop. Ativismo alimentar, agroecologia e site-specific.
Sexta-feira, 31 de outubro
11h: Visita ao Sítio Catavento em Indaiatuba, São Paulo, onde o sociólogo Fernando Ataliba tem cultivado frutas e vegetais orgânicos desde 1997.
Sábado, 01 de novembro
09h às 12h: Palestra e conversa com Jefferson Mota sobre matinhos comestíveis (PANC’s). Passeio pelo Parque Ibirapuera, identificando e catalogando plantas.
14h às 17h: Apresentação e oficina de desenho com Leandro Lopes. Desenho das plantas coletadas ou fotografadas pela manhã como forma de desacelerar a percepção e ganhar familiaridade com as plantas selvagens e seus detalhes. “Se você não desenha, você não viu.”
18h: Elaine de Azevedo e Neka Menna Barreto conduzem experimentos com comidas, texturas, odores e sabores. Ativismo alimentar. Expansão do paladar para incluir o que acontece fora da boca e o que acontece nas células do corpo. Satisfazer não apenas o sentido do gosto, mas também um sentido ambiental e celular.
Domingo, 02 de novembro
09h às 12h: Conversa com Fernando Ataliba. Agricultura orgânica e seus desafios, contando histórias sobre o Sítio Catavento em São Paulo.
14h às 17h: Conversa com Adilson Gonçalves. Agrofloresta e a vida na Barra do Turvo.
Crepis japonica, planta alimentícia não convencional encontrada no Parque Ibirapuera, São Paulo. Ilustração de Leandro Lopes.
Participantes:
Jefferson Pietroski Mota
Futuro agricultor com um pé na Universidade, guri de apartamento com vivência no meio rural, observando desde cedo as dificuldades econômicas e a erosão alimentar na agricultura familiar, ouvindo da sua mãe (Izabela) as histórias das ervas e frutas comestíveis da Floresta Atlântica do Vale do Rio Uruguai.
Elaine de Azevedo
Professora do Departamento de Ciencias Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo.
Área de interesse e atuação: Sociologias da Saúde e Alimentação; Agricultura Familiar , Alimentos Orgânicos e Saúde; Consumo Alimentar Sustentável.
Neka Menna Barreto
Celebrar, cultivar e nutrir a vida têm sido o ofício de Neka Menna Barreto há mais de 10.956 dias.
Leandro Lopes de Souza
Biólogo formado na UFSC em 2003. Optou por seguir como ilustrador autônomo de ilustração científica e outras categorias de ilustração. Também ministra aulas de ilustração com enfoque em biologia e administra um coletivo artístico em Florianópolis, onde mora.
Fernando Ataliba
Agricultor orgânico com larga experiência neste tipo de agricultura; Diretor Técnico da Associação de Agricultura Orgânica, ministra cursos e palestras sobre o tema.
Adilson Gonçalves Batista
Agricultor da Barra do Turvo, Paraná. Técnico em agrofloresta e presidente da COOPERAFLORESTA, associação de agricultores da região comprometidos com essa revolucionária forma de cultivo da terra e da floresta.