Bio
[EN] My practice is rooted in site-specificity, a concept I approach not as a static condition but as an active, evolving relationship between art, place, and ecology. Over the past two decades, I have explored how artistic processes can engage with environmental and social systems, particularly through food, agriculture, and landscape. I see site-specific art as a form of deep listening—an attunement to the materials, histories, and ecologies of a place that challenges the conventional autonomy of the art object. My work often unfolds in collaboration with farmers, botanists, cooks, researchers, and local communities, forming networks of exchange that extend beyond the traditional boundaries of art institutions. In projects like Restauro (32nd São Paulo Biennial, 2016), I worked with settlements of Brazil’s Landless Workers’ Movement (MST) to create a system of environmental restoration through agroecological practices, rethinking how an artwork might nourish both landscapes and people. This interest in food as a medium led to further collaborations, such as at the Serpentine Galleries in London (2017), where I worked with foragers, organic growers, and illustrators to develop an edible intervention and public program. In recent years, I have expanded this research through residencies and academic work, investigating site-specificity in relation to language, translation, and pedagogy. My most recent project Dehydrated Landguages explores the ways in which climate, literature, and perception intersect, particularly through the metaphors we use to describe arid landscapes. I am interested in how language shapes our ability to sense, respond to, and repair environmental crises. At its core, my practice seeks to dissolve the distinctions between art and ecology, object and context, artist and collaborator. I approach making as a process of care—one that involves learning from the specificity of a place while imagining new ways of inhabiting and restoring it.
—
[PT] Minha prática está enraizada no site-specificity, um conceito que abordo não como uma condição estática, mas como uma relação ativa e em constante evolução entre arte, lugar e ecologia. Ao longo das últimas duas décadas, tenho investigado como os processos artísticos podem se engajar com sistemas ambientais e sociais, especialmente por meio da alimentação, da agricultura e da paisagem. Vejo a arte site-specific como uma forma de escuta profunda—um afinamento com os materiais, histórias e ecologias de um lugar que desafia a autonomia convencional do objeto artístico. Meu trabalho muitas vezes se desenvolve em colaboração com agricultores, botânicos, cozinheiros, pesquisadores e comunidades locais, formando redes de troca que ultrapassam os limites tradicionais das instituições de arte. Em projetos como Restauro (32ª Bienal de São Paulo, 2016), trabalhei com assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para criar um sistema de restauração ambiental por meio de práticas agroecológicas, repensando como uma obra de arte pode nutrir tanto paisagens quanto pessoas. Esse interesse pela comida como meio levou a novas colaborações, como na Serpentine Galleries em Londres (2017), onde trabalhei com coletadores, produtores orgânicos e ilustradores para desenvolver uma intervenção comestível e um programa público. Nos últimos anos, ampliei essa pesquisa por meio de residências e trabalho acadêmico, investigando a especificidade do lugar em relação à linguagem, à tradução e à pedagogia. Meu projeto mais recente, Paisagens Desidratadas, explora as interseções entre clima, literatura e percepção, especialmente por meio das metáforas que usamos para descrever paisagens áridas. Tenho interesse em como a linguagem molda nossa capacidade de perceber, responder e reparar crises ambientais. No cerne da minha prática, busco dissolver as distinções entre arte e ecologia, objeto e contexto, artista e colaborador. Encaro o fazer artístico como um processo de cuidado—um aprendizado a partir da especificidade de um lugar, ao mesmo tempo que imagino novas formas de habitá-lo e restaurá-lo.