Café Educativo: Educação como matéria-prima
Museu de Arte Moderna de São Paulo
2016
Arte é educação. A afirmação, bastante citada em espaços culturais, é oportuna para refletirmos sobre como esses conceitos têm sido compreendidos de forma restrita: muitas vezes a palavra educação remete apenas à escolarização e à apropriação de conteúdos, e a arte, apenas à produção de objetos.
Na contramão desse entendimento limitante, a presente mostra propõe situações de investigação e de encontro que partem da premissa de que todas as relações podem ser pedagógicas e de que as manifestações artísticas permitem imaginar o possível e o impossível, transcendendo a mera materialidade das obras e afetando a cultura e a sociedade. Assim, reunimos artistas que trabalham processos educativos na sua produção: as relações envolvidas no aprender e no ensinar são a matéria-prima de obras que se desenvolvem com a ação dos visitantes.
O patrono da educação brasileira Paulo Freire afirmou que “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Adicionamos a essa reflexão a célebre afirmação do artista Hélio Oiticica: “O museu é o mundo” e, com as obras Expediente, de Paulo Bruscky, e Café Educativo, de Jorge Menna Barreto, ambas pertencentes ao acervo do museu, deslocamos para esta sala os educadores do MAM, que ficarão em contato permanente com o público durante toda a exposição.
Comemoramos, assim, os vinte anos do Setor Educativo do MAM, que tem se caracterizado pela acessibilidade dos mais diversos públicos às mostras e ao cotidiano do museu, e pela reflexão contínua sobre a missão pedagógica das instituições culturais.
Daina Leyton e Felipe Chaimovich
Curadores